Houve um tempo em que os professores eram respeitados, que suas presenças e opiniões eram a certeza de credibilidade, que seus comentários eram considerados e tinham grande peso. Eram formadores de opinião.
Os professores eram figuras que poderiam ser comparadas aos sacerdotes, pois buscavam a verdade e a justiça, mas tinham o diferencial de procurar essa verdade através das ciências. Sua consciência era plena de que estavam construindo os alicerces do futuro da sociedade, os futuros cidadãos.
Atualmente, a docência tem uma preocupação mais imediata e materialista, fruto de novos tempos, onde o “ter” está suplantando o “ser” de forma inegável, onde passar em um exame é mais importante do que ter a capacidade e os conhecimentos necessários para acompanhar um curso. Logo, o magistério fica enquadrado como uma atividade profissional ordinária, sendo é possível exigir deste profissional, o professor, metas de produtividade, como quantos alunos passaram no vestibular, em quantos concursos foram aprovados, como se fosse um operário em uma linha de montagem. O aluno passaria por cada professor e receberia os conhecimentos básicos necessários para sua inserção no mercado de trabalho ou nas provas classificatórias. E como operário de chão de fábrica, esse professor não tem o domínio, ou mesmo conhecimento das outras atividades desta linha de montagem, alienando-se cada vez mais, ficando assim à mercê dos administradores desta “fábrica”. Para alguns, este modelo fordista seria ideal, pois teríamos professores alienados e alunos que seriam apenas reprodutores de técnicas.
Mas e a produção de tecnologia? O pensamento crítico? Isso seria para os centros irradiadores da cultura, e não para os locais de montagem. No limite, estamos agindo como se o aluno fosse um jarro vazio, e a medida de produtividade seria como um nível: se este “jarro” atingiu o nível mínimo, continua na linha de montagem, se não, volta para trás. É o princípio da tábula rasa.
Ora, as correntes atuais da pedagogia não admitem tal atitude do educador. Este tem que considerar as experiências anteriores do estudante, adequar o conteúdo às realidades deste estudante e trabalhar como facilitador do acesso às informações, fazendo com que o estudante descubra por si, valorizando e fixando assim o que foi aprendido. E mais: tem que se ter a preocupação de conectar os conhecimentos, fazendo com que as diferentes disciplinas cursadas sejam, sempre que possível, complementares para uma formação universal do cidadão.
Aliás, deve-se ter mais cuidado com as nomenclaturas, como por exemplo, a palavras aluno, que é derivada do vocábulo latino Alunmini, que significa sem luz. Com efeito, o aluno é visto como um ser sem conhecimentos prévios, sem experiências anteriores que foram, de alguma forma, significativas à sua aprendizagem e professor seria o responsável pela chama do conhecimento, com o poder de conceder, ou não, uma fagulha do saber. É preferível o uso da palavra estudante.
Mas se antes os professores eram respeitados e considerados e hoje não o são mais na mesma medida, então os professores de antes erraram e são culpados pela atual situação? Na realidade, não. O que ocorreu foi uma dinamização muito grande das informações, sem um preparo para podermos lidar com o contato tão íntimo com tantas culturas diferentes, gerando dessa forma um choque de valores e uma conseqüente crise dos valores da nossa sociedade, que só foi agravada pelas questões de desigualdade social e pelo estímulo à competição e concorrência selvagens.
A grande vilã é a Globalização, alguns diriam. Mas é preciso analisar outros pontos. De fato, o processo de Globalização é muito antigo: Marco Pólo, Vasco da Gama, Cristóvão Colombo, James Cook, Adolf Vernhagem, Marechal Rondon seriam símbolos da Globalização, mas num processo que diminuía as distâncias, preservando as especificidades locais.
Com a revolução tecnológica dos últimos 30 anos, o mundo ficou aparentemente ainda menor, com as possibilidades de acesso (às informações e às pessoas) cada vez rápidas, gerando choques, descrédito e frouxidão dos valores culturais e morais das diversas sociedades em favor do American Way of Life, de uma sociedade materialista, individualista, cínica com relação aos seus problemas e arrogante quanto às sua limitações, seguindo a lógica protestante do capitalismo, que pouco ou quase nada tem a ver com o Brasil.
Se quisermos nos firmar, neste século XXI, como potência do mundo, temos que resgatar os nossos valores culturais, étnicos, morais e mesmo religiosos, e incentivarmos uma cultura de valorização dos costumes locais, conscientes da existência do resto do mundo. E trabalharmos para que as diferenças sejam entendidas e respeitadas e não apenas toleradas, como vem ocorrendo ultimamente.
A forma de conseguirmos operar essa transformação é investimos. Não apenas de dinheiro, mas atenção, de tempo, de compromisso com a educação, no sentido amplo, desde a responsabilidade da família até o preparo consciente dos professores.
Abraços!
Prof. Luiz Paulo
Belo Blog,...vou passar alguns Links da Comu da nossa classe e do Blog que é relacionado ao Turismo,...espero que goste e se quiser siga,....ok
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Grato e continue esse seu belo Trabalho, que é ser Professor.