O nome Guarujá é um
“aportuguesamento” da expressão tupi gu ár
yyâ, que significa “passagem de lado à outro. A passagem existia onde hoje
estão o Edifício Sobre as Ondas e a Casa das Pedras, entre as praias de
Pitangueiras e das Astúrias.
Quando a cidade começou a ser
organizada, ainda no século XIX, a Companhia Balneária da Ilha de Santo Amaro
escolheu a região da Praia das Laranjeiras, rebatizada como Pitangueiras, para
instalar a Vila Balneária. Os membros da elite paulistana, quando se referiam às
temporadas de veraneio, diziam que iriam ao “canto do Guarujá”, se referindo à
Vila Balneária inteira, como hoje falamos em relação à Riviera, em Bertioga ou
Maresias, em São Sebastião.
Não demorou para que, quando
falavam Guarujá, todos entendessem como a Ilha inteira e não apenas a passagem
entre as praias. Assim, esse ponto passou a designar a cidade toda, ainda que
fosse bem pequena e bastante fragmentada, com núcleos na própria Vila Balneária
(Vila Maia e Barra Funda), nas Praias do Guaiúba, Santa Cruz dos Navegantes,
Góes, Perequê, Branca e no Itapema e Bocaina (atual Base Aérea).
Mas, a faina imobiliária fez o gu ár yyâ original se transformar. A
construção do Edifício Sobre as Ondas e da Casa das Pedras bloqueou a antiga
passagem e construiu as vias que ligam as avenidas General Rondon e Marechal
Deodoro da Fonseca. Assim, a localização do Guarujá original, bem como o seu
significado se mantiveram, modernizados. Bela lição, nos atualizarmos, mas,
mantendo nossa essência.
Artigo publicado em 14/07/2018, no Jornal Assunto Cidade n.124.
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