Estudos recentes apontam que,
até 2050, o nível do mar subirá até 36 cm do nível atual, e assim, tornar
várias áreas permanentemente alagadas. Não contesto esses estudos, mas sim, a
forma como eles são divulgados.
O homem interfere muito no
ambiente e precisa rever seu modelo de consumo, mas a discussão e preocupação
principais devem ser sobre as providências a serem tomadas, e não sobre culpa.
Os vários níveis de governo
precisam ter planejamento e ações integradas, com o objetivo de preservar as
áreas e bairros ameaçados, casas e moradores. No século V a.C., Heráclito
afirmou que “a única coisa constante no Universo é a mudança” e Guarujá nos dá
vários exemplos: Quem, em 1958, diria que existiria um loteamento como o
Morrinhos, concentrando quase 38 mil pessoas?
Ou, quem sonharia que as dunas
da Praia do Tombo seriam tomadas por edifícios? E se retrocedermos um pouco
mais, há pouco mais de 13 mil anos, o que é hoje Guarujá era pleno interior,
com a linha do litoral distante quase 45 quilômetros, onde hoje está a Laje de
Santos, e o mar 110 metros abaixo do nível atual.
Quando a última Era Glacial
terminou, tivemos oscilações do nível do mar que fizeram de Guarujá não uma
ilha, mas sim, um arquipélago, com as áreas atuais de planície submersas em até
25 metros. Nossa Ilha só tomou a atual forma, há pouco menos de 10 mil anos.
Antoine Lavoisier, no século XVIII, afirmou que “na natureza, nada se cria,
nada se perde, tudo se transforma”. Já deveríamos ter aprendido isso.
Artigo publicado em 30/06/2018, no Jornal Assunto Cidade n.122
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