Desde 2003, quando comecei a dar
aulas de Geografia em Guarujá, percebi um enorme desconhecimento dos alunos
sobre a cidade. Tive a oportunidade de conhecer várias regiões de Guarujá
durante a minha infância, graças ao meu pai, experiente navegador, “descobrindo”
praias como Cheira-Limão, Sangava, Saco do Major, São Pedro, Iporanga e
Camburi, ou passeando e comprando no comércio da Avenida Thiago Ferreira, ou mesmo
acompanhando minha mãe, nas escolas nos mais diversos bairros. E nessas
andanças, conhecia pessoas, ouvia histórias e “causos” que registrei na
memória, e hoje, são extremamente úteis no estudo e compreensão da Geografia de
Guarujá.
Assim, na tentativa de explicar
um determinado fenômeno do campo da Geografia, buscava usar exemplos presentes
em Guarujá, ou seja, contextualizando os conteúdos à realidade dos alunos. Ledo
engano! Por diversas vezes, ao fazer uma referência sobre Guarujá, a expressão
de interrogação era maior do que a da explicação original. Não havia, e há
conhecimento sobre fatos e personalidades que ajudaram a fazer de Guarujá o que
é atualmente. Nossa história é difícil de conhecer, seja por referências
obscuras nos livros, seja pelo absoluto desinteresse observado por parte de
maioria da população.
Poucas pessoas, abnegadas,
tentaram buscar essas referências, como Oswaldo Cáfaro, que preservou um acervo
fotográfico incrível sobre nossa cidade, ou a Baronesa Esther Sant’ana de
Almeida Karwinsky, apesar do seu elitismo, contribuiu sobremaneira com a
preservação, mesmo que documental, do folclore caiçara, ou ainda das
Professoras Angela Omati Aguiar Vaz e Mônica de Barros Damasceno, bastiões da
preservação da história de Guarujá.
Restou então elaborar algum material
sobre Guarujá, com uma intensa pesquisa sobre fatos, pessoas e fenômenos que,
presentes na cidade, influenciaram e ainda influenciam a vida das pessoas, na
tentativa de que meus alunos passassem a conhecer melhor a nossa cidade e
assim, se apropriassem plenamente de Guarujá, orgulhosos das coisas boas que
existem por aqui, e conscientes das mazelas da ilha.
Fiquei motivado à compartilhar
esse experiência quando a Secretaria de Educação de Guarujá anunciou a
realização do Prêmio Educador Destaque, estimulando os Professores da Rede
Municipal à relatar seus trabalhos desenvolvidos em sala de aula. Esse estudo
sobre Guarujá foi um das 50 experiências selecionadas para fazer parte de um livro,
com o objetivo de divulgar trabalhos exitosos. Desde a divulgação do Prêmio,
fui procurado pois, mais de 40 professores, interessados em conhecer e
multiplicar essa apresentação. Dessa forma, fica o registro sobre a demanda
existente em na cidade de livros sobre a história, de atlas escolares de
Guarujá.
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