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sexta-feira, 8 de maio de 2020

Nosce te Ipsum




Você imagina um grego ignorando a Acrópole? Um egípcio desconhecendo as Pirâmides? Um chinês que não conheça a Grande Muralha? Um peruano que não se orgulhe de Machu Picchu? Improvável. Nesses casos, os povos aprendem a reconhecer esses lugares, suas construções, suas mitologias.
Guarujá possui “construções” históricas mais antigas que as primeiras pirâmides do Egito e anteriores á escrita. Tão antigas que, quando começaram a ser feitas, o Saara ainda possuía áreas florestadas e ainda andavam pela Terra preguiças-gigantes, leões-das-cavernas e alces-gigantes.
Esse tesouro que Guarujá possui são os Sambaquis, palavra Tupi que significa “montanhas de conchas”. Temos 15 Sambaquis catalogados em Guarujá, 12 dos quais já reconhecidos pelo IPHAN. Antigos povos indígenas ocuparam o litoral entre 9 e 3 mil anos atrás e tinham como hábito empilhar as conchas das ostras e marisco que consumiam, daí a denominação dada pelos tupis.
Não bastasse a presença desses monumentos históricos da presença humana em nossa cidade, um deles, o Sambaqui Crumaú 1, é o maior sambaqui do mundo, com 31 metros de altura. Alguns sambaquis foram desfeitos no passado, e ajudaram a construir a Guarujá moderna, pois foram usados para a construção dos fortes de São Felipe, Itapema e da Barra Grande, ou, mais recentemente, a entrada do Forte do Andradas e o Golf Club.
Importante explorarmos os Sambaquis turisticamente. Muito mais importante é fazermos que os cidadãos de Guarujá saibam, conheçam e se orgulhem disso.


Artigo publicado em 07/07/2018, no Jornal Assunto Cidade n.123.