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segunda-feira, 27 de abril de 2020

Mutatis Mutantis



Estudos recentes apontam que, até 2050, o nível do mar subirá até 36 cm do nível atual, e assim, tornar várias áreas permanentemente alagadas. Não contesto esses estudos, mas sim, a forma como eles são divulgados.
O homem interfere muito no ambiente e precisa rever seu modelo de consumo, mas a discussão e preocupação principais devem ser sobre as providências a serem tomadas, e não sobre culpa.
Os vários níveis de governo precisam ter planejamento e ações integradas, com o objetivo de preservar as áreas e bairros ameaçados, casas e moradores. No século V a.C., Heráclito afirmou que “a única coisa constante no Universo é a mudança” e Guarujá nos dá vários exemplos: Quem, em 1958, diria que existiria um loteamento como o Morrinhos, concentrando quase 38 mil pessoas?
Ou, quem sonharia que as dunas da Praia do Tombo seriam tomadas por edifícios? E se retrocedermos um pouco mais, há pouco mais de 13 mil anos, o que é hoje Guarujá era pleno interior, com a linha do litoral distante quase 45 quilômetros, onde hoje está a Laje de Santos, e o mar 110 metros abaixo do nível atual.
Quando a última Era Glacial terminou, tivemos oscilações do nível do mar que fizeram de Guarujá não uma ilha, mas sim, um arquipélago, com as áreas atuais de planície submersas em até 25 metros. Nossa Ilha só tomou a atual forma, há pouco menos de 10 mil anos. Antoine Lavoisier, no século XVIII, afirmou que “na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Já deveríamos ter aprendido isso.


Artigo publicado em 30/06/2018, no Jornal Assunto Cidade n.122

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